Cheguei em Santa Cruz de la Sierra por volta das 21h. Logo ao sair do avião já senti a diferença de temperatura, altitude e pressão. Estava calor e finalmente eu estava voltando a sentir que estava transpirando.
Peguei uma van e sai do aeroporto, em direção a praça dos estudiantes, onde eu tinha encontrado um hostel na internet. No caminho comecei a ver a diferença de Santa Cruz para outras cidades da Bolívia: haviam muitas concessionárias, muitos carros particulares nas ruas, supermercados (são raros em outras cidades) e até shopping center. Aparentemente o capitalismo globalizado é muito mais expandido e culturalmente enraizado do que nas cidades andinas.
Cheguei na praça e comecei a procurar o hostel, que se chamava “Los Aventureros“. A praça era bem movimentada e cheia de restaurantes próximos, muitos dos quais aceitavam cartão de crédito. Como eu faria aniversário a meia noite, fiquei pensando em comemorar bebendo uma cerveja e comendo algo ali por perto.
Foi então que encontrei o hostel. Bati palmas e ninguém atendia. Bati na porta e ninguém atendia. Já era próximo das 22h e comecei a ficar preocupado. Conversei com os flanelinhas que estava próximos e eles disseram que o hostel estava funcionando. Já puto da cara, bati com mais vontade na porta para ter certeza que iriam escutar. Ouvi um grito de “não existem vagas”, sem ao menos abrirem a porta e conversarem comigo.
Nervoso, sai em procura do outro hostel, chamado de “Loro Loco“. Perguntei pra um rapaz em um restaurante que me disse que não ficava “muito longe”. Como já haviam dito para eu me cuidar nas ruas, fiquei um pouco cabreiro de andar depois das 22h ali pela avenida. Caminhei, caminhei e nada. Depois de umas 10 quadras perguntei a um rapaz em um sushi que me disse para virar em uma rua logo a frente.
A região parecia meio abandonada. Alguns becos escuros, bastante lixo nas ruas. Comecei a pensar que não estava no lugar certo. Foi então que um carro parou e um homem acompanhado com uma mulher me disse que eu estava indo pro lado errado, que ali era muito perigoso. Pedi uma carona até o hostel e ele gentilmente topou me levar.
Cheguei no hostel aliviado. Na sala quem eu encontro? O Russo que estava em La Paz e que parecia com o Ozzy Ousborne! Trocamos algumas ideias e tentei pegar o contato dele, mas ele não usava nenhuma rede social das que costumamos usar aqui no ocidente. O hostel era bem bacana, com um ótimo atendimento.
Deixei minhas coisas no quarto e sai para procurar um lugar para beber, comer e comemorar meu aniversário. A maioria dos restaurantes ali por perto estavam fechados. Caminhei mais um pouco e encontrei um hambúrguer ao lado de um boteco meio sombrio. Se chamado o “Tren Rojo”. Lá comi um hambúrguer grande com batatas fritas e tomei uma coca cola. Depois fui no boteco do lado, comprei uma longneck e sai tomando de volta para o hostel. Foi meu jantar de aniversário!
Santa Cruz é uma cidade que me deu um pouco de medo. Foi a cidade mais parecida com as brasileiras. Na volta para o hostel fiquei trocando algumas ideias com um pessoal que estava meio que fazendo uma festinha. Depois fui dormir.
O dia 09/01 foi uma longa peregrinação de volta para casa. Tomei um café reforçado no hostel, depois peguei uma van para o aeroporto. Do Aeroporto de Santa Cruz um voo para São Paulo, de São Paulo um voo para Curitiba, de Curitiba um ônibus para Florianópolis. E assim terminou a viagem de 15 dias pela Bolívia. Em breve vou publicar uma resumo de todos os gastos que tive com a viagem, para ajudar futuros viajantes.
Fim da linha.
Gastos (em Bolivianos)
- 20 janta (~R$ 11,76)
- 8 cerveja (~R$ 4,70)
- 45 hostel (~R$ 32,35)
- 7 água (~R$ 4,11)
- 15 ônibus (~R$ 8,82)
- 16 comida pra viagem (~R$ 10,00)
- 20 café (~R$ 11,76)
- 5 jornal (~R$ 2,94)
- Total: 136 bolivianos (~R$ 80 na cotação de 1,70).