Acordei cedo e dei uma volta pelo Hostel. O Jardim de Samaipata é um hostel ecológico, onde todas as habitações são feitas com técnicas de bioconstrução, com paredes de adobe e material reciclado. Existe também um banheiro seco, onde ao invés de água se utiliza serragem para os dejetos sólidos (depois que encontrei uma aranha em uma das privadas, fiquei um tanto cabreiro de utilizar!). O pessoal também pode acampar no jardim. O clima é de liberdade total e é possível trocar hospedagem por algumas horas de trabalho.
Depois de um tempo notei que a cidade toda respira essa atmosfera ecológica, existem vários grupos de permacultura, hortas e sistemas de troca de trabalho.
Fotos do Hostel
Na saída do quarto tive alguma dificuldade com um hospede inesperado, que se recusava terminantemente a sair. Era compreensível, o chão estava fresquinho!
Hospede inesperado
Finalmente consegui sair para tomar um café da manhã no mesmo lugar que eu havia jantado, o aconchegante “La Chakana” que fica ao lado da praça principal. Dei uma volta pela praça, tirando fotos de algumas esculturas interessantes que ficam por lá.
La Chakana
Fotos da Praça
Ai entra em cena o segundo perrengue da viagem. Resolvi comprar minha passagem para Sucre, e descobri que era mais caro do que eu esperava. Ou seja, precisava trocar dinheiro e não havia uma casa de câmbio aberta porque era sábado. Depois de muita peregrinação consegui trocar em um minimercado chamado “Estrejita” que fica na rodovia (consegui 1,70 na cotação).
Mais tranquilo fui em busca de meu próximo passeio. A senhora do táxi havia me avisado de um lugar muito bonito chamado “Cuevas” onde haviam várias cachoeiras. Parti em direção deste lugar, me assustando com os preços que os taxistas cobravam para levar e buscar (100 bolivianos!). Cheguei a conclusão que a forma mais barata (e divertida) de ir até lá seria de mototáxi. Foi então que eu conheci o Oscar, simpático motoqueiro Boliviano que iria me levar para os próximos passeios mais distantes da cidade.
Oscar
Ir de moto foi um barato. As paisagens são bonitas e andar por aquelas estradas nas montanhas dá um friozinho na barriga. O parque das “Cuevas” é um lugar lindo. Mata tropical, montanhas avermelhadas e belas cachoeiras. Muitos Bolivianos aproveitavam o dia se refrescando nas águas com suas famílias. Valeu muito a pena se aventurar nas trilhas do parque e tomar um banho nas cascatas.
Paisagens no Parque Cuevas
De volta a cidade dei uma descansada e resolvi dar uma volta e comer algo. Antes fiquei um tempo no hostel curtindo um lual com aquela galera argentina que estava na praça. Depois fui um lugar chamado “La Boheme” onde iria se apresentar uma banda de “Jazz, Fusion, Rock, Bossa Nova Psicodélica” chamada Amazônika. A banda era muito boa! tocaram pelo menos duas músicas brasileiras, várias de Jazz e também duas do Buena Vista Social Clube. O trompetista era muito gente boa e já tinha morado vários anos no nordeste do Brasil.
Na finaleira da noite aparece uma visita inesperada. O meu amigo de quarto entra pela porta da frente e se recusa a sair da balada. Os seguranças tiraram ele, e segundos depois ele pulou pela janela para dentro do bar novamente, ficando lá até se entediar e resolver sair por conta própria. Botei fé nesse cachorro.
O bar “La Boheme”
Nosso amigo novamente
Gastos (em Bolivianos)
- 19 café
- 5 sabonete
- 4 internet
- 35 hospedagem
- 40 mototáxi
- 15 entrada cuevas
- 15 lanche
- 44 janta
- 25 balada
Total: 202b (~112 reais na cotação de 1,80).