Acordei cedinho e fui tomar um café no mercado. Encontrei um senhora que vendia saltenhas que estavam muito bonitas e cheirosas. As saltenhas Bolivianas são muito gostosas, e mais temperadas e com mais molho que as Argentinas ou Brasileiras.
Mercado de Samaipata
Alimentado, resolvi ir ao meu próximo passeio: O Forte de Samaipata. No dia anterior uma Argentina e um Colombiano muito simpáticos que dividiram o quarto comigo haviam falado muito bem destas ruínas. Fiquei esperando um tempo por Oscar, o mototaxista e depois partimos para o forte.
O caminho era muito bonito. Logo começamos a subir e descer as montanhas que levam ao forte. Adrenalina a mil subimos a montanha mais alta, encontrando no seu topo, a cerca de 2.000 metros de altitude a entrada do parque onde está o forte.
Na entrada paguei a entrada e fiquei um tempo vendo os vários painéis que contam a história do lugar, onde também estão informações de outros pontos turísticos próximos a Samaipata. Por exemplo a Ruta del Che, passagem do guerrilheiro argentino Che Guevara que foi morto pelo exército da Bolívia na cidade de La Higueira. Nos painéis tive os desprazer de ouvir um cara que falava em inglês chamando o Che de terrorista, mas resolvi não discutir e segui meu caminho.
Cheguei ao forte depois de subir uma trilha até a parte mais alta da montanha. No caminho deu para escutar várias histórias de uma guia nativa que acompanhava um grupo grande de pessoas. Os primeiros povos que se tem registro de viverem ali foram os Chanés, originários do Caribe, eles entalharam na grande rocha de arenito diversas figuras como onças, serpentes e pumas e utilizavam o local para cerimônias religiosas e fortificação militar.
Segundo a guia, o local era um ponto de convergência de diversos povos Amazônicos, pois a região é um ponto de encontro de importantes biomas Bolivianos: A Amazônia o Chaco e os Andes. Por volta haviam vários silos onde os povos estocavam comida e realizavam comércio. Quando surgiu o Império Inca, se tornou uma importante cidade e fortificação desse povo, que ali construiu um templo, terraças agrícolas e uma sede administrativa e militar.
Durante anos também foi alvo dos temidos guerreiros Guarani, que chegaram a dominar o local temporariamente. Com o genocídio espanhol passou a se tornar uma fortificação da coroa, e hoje é tombado como patrimonio histórico da humanidade pela UNESCO.
A pedra de arenito onde estão as inscrições Chané
Ruínas Incas
Templo Inca, onde ficavam estátuas e oferendas
Ruínas Espanholas
Voltei para Samaipata e me despedi de Oscar. Resolvi almoçar no mercado, no pequeno restaurante de uma senhora Boliviana: prato do dia Picante de Pollo, um frango ensopado em um molho vermelho e picante, acompanhado de arroz e batatas. Bem gostoso! A senhora era bem curiosa e fez várias perguntas para mim sobre o Brasil.
Dei uma passeada pela cidade e fui ao museu dos povos originários (você não paga a entrada se tiver o ticket do forte). Apesar de pequeno o museu é bem interessante, tem várias peças de cerâmica, ferramentas e ossos dos diversos povos, com painéis que contam a história e mostram os lugares onde viveram.
Peças do Museu de Samaipata
Depois dei uma descansada na rede do hostel e fiquei esperando chegar mais próximo do horário do ônibus para preparar uma janta. Fui ao mercado e comprei algumas cebolas, tomates, cheiro verde e macarrão e preparei uma massa. Acabou sobrando, então dividi com uma galera que estava por ali na área de convivência. Ganhei elogios de uma Israelense 🙂
Macarrão de despedida de Samaipata
Me despedi da galera e fui até o restaurante onde param os ônibus para Sucre. Na parede do restaurante uma lembrança arqueológica dos tempos áureos de nosso Futebol.
Figuras de uma era distante
Quando o Ônibus chegou eu mal sabia a aventura que me esperava. Continua no próximo capitulo!
Aqui nesse album você pode ver as fotos que selecionei do trecho de Santa Cruz e Samaipata.
Gastos (em Bolivianos)
- 6 café (~R$ 3,33)
- 35 hospedagem (~R$ 19,44)
- 40 mototáxi (~R$ 22,22)
- 50 forte (~R$ 27,78)
- 6 água (~R$ 3,33)
- 1o almoço (~R$ 5,55)
- 20 janta (~R$ 11,11)
- 150 passagem ônibus para Sucre (~R$ 83,33)
Total: 267b (~R$ 150,00 na cotação de 1,80).